Like in the Movies (2020)

Filipinas, se te critiquei me perdoe

Aqui eu paguei pau real para a Filipinas. Esqueçam o BL, é uma série LGBT+ que todos os dias se reproduz com milhões de pessoas pelo mundo! A história é linda, sem os excessos comuns nas obras de lá, um elenco coeso e um roteiro muito, muito bom. Assistir essa série é uma experiência única, especialmente para as pessoas da comunidade LGBT+, que conhecem o processo que Karl estava vivendo, e o porquê Vlad não pensava como ele. A princípio existe uma diferença gigante de personalidade. Vlad é o filho desgarrado, aquele que a família precisa monitorar, tem alma livre e não sente necessidade de esconder seus desejos de ninguém. Karl é alguém totalmente diferente, inicialmente, muito submisso aos pais, a ponto de esconder até mesmo o curso que quer fazer para satisfazer a vontade da família e suas necessidades financeiras, até pq, pelo que percebi, ele temia ser estigmatizado como o único que quebrou a tradição de se virar sozinho a partir da maioridade. O surgimento inesperado de Vlad, tão diferente e talvez por isso tão encantador, trouxe à tona a sexualidade de Karl, que eu acredito que ele já sabia qual era, mas escondia até de si próprio. Essas duas personalidades são encarnadas todos os dias por milhares de LGBT+ em todo o mundo, uns se conhecem, se assumem e vão à luta. Outros acreditam que não precisam se assumir para ninguém, pois não precisam de validação (afinal ninguém se revela hétero), e um grande grupo, creio que os que mais sofrem, antes de lutarem contra o mundo, lutam primeiro contra si mesmos e sua própria natureza, e pra esses, talvez a aceitação nunca chegue, tão profundo é o preconceito estrutural que o mundo vivencia.

É um BL que traz muitas emoções, alegrias, dramas, lagrimas e por fim um final feliz. Fiquei meio que sem entender o título, mas compreendi que foram os filmes que os aproximaram. A irmã de Vlad, com toda aquela casca grossa, afinal era um amor, e a vizinha então... gostaria de ter sido melhor detalhada sua história como mãe solo. Não precisou de cenas quentes pra fazer nosso coração transbordar de emoção, bastou a química do casal, e os momentos lindos embalados por uma das melhores osts que já ouvi. Não sei se existia um bom investimento nessa série, pois os cenários e o cast é limitado (não que isso atrapalhe em nada). A cena em que Karl dança é perfeita! Me senti muito representada enquanto membro da comunidade, de uma forma muito respeitosa e saudável a série chega a ser didática. As frases finais eram sempre a cereja do bolo... mas a última de fato me fez chorar, trouxe à tona a menina assustada que um dia eu fui, que por fora era uma guerreira, mas por dentro não conseguia entender o que estava acontecendo comigo: "Um amor libertador e direitos iguais para cada um de nós. A verdadeira luta está do lado de fora. Iremos te receber quando estiver pronto. Até o reencontro." É sobre isso, sobre sermos comunidade e entendermos que cada um tem seu tempo, sua história e suas limitações, mas que independente disso, quando chegar agora deve ser acolhido e respeitado, pois talvez já venha cheio de cicatrizes causadas pelas pedradas que levou da sociedade, família, amigos...
Uma das séries que mais indico, e que amo rever. Traz sempre uma sensação de volta para casa.

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Simplesmente lindo

Gaya Sa Pelikula é o tipo de produção que dá gosto de se ver. Fui esperando um romance fofo, e realmente recebi um romance fofo, porém nem de longe se limitou a isso, o que fez valer cada segundo assistindo. A história cumpre o que promete e traz uma representação linda e respeitosa.

O roteiro é maravilhoso. É isso. Nem sempre histórias curtas conseguem trazer fortes mensagens da mesma forma que Gaya Sa Pelikula trouxe. Podem ficar vagas ou forçadas, mas na minha opinião, não foi o caso dessa história, visto que achei o desenvolvimento da trama muito bom. A história é de certa forma "simples". Não possui muitos elementos, personagens ou cenários. Porém, o roteiro trabalha bem e aproveita o máximo de cada um desses elementos. Por exemplo, é possível perceber isso se analisarmos a participação dos personagens na trama e até mesmo os cenários presentes. Cada situação foi primordial para contar histórias e ao mesmo tempo trazer reflexões, que ao meu ver foram muito bem abordadas, sem dar lacunas para má interpretações. Se fosse falar de uma forma resumida, diria que é uma história com abordagem saudável e de certa forma acolhedora.

Eu gostei de algumas atuações e outras nem tanto, mas o elenco no geral foi bom. A trilha sonora é incrível!! Muitas das músicas entraram para a minha playlist. Também gostei demais dos pequenos detalhes, como as cenas do final onde sempre mostrava o sofá do apartamento (cenas que também contavam histórias, de certa forma); ou as comoventes frases ao final de cada episódio. Eu até mesmo salvei muitas delas, como:

"Vamos abrir espaço para aqueles que perderam o caminho de casa" ;
"Quando a solidão ensinar algo, abrace isso" ;
"Você tem direito a um amor que o deixe dançar sem medo ou vergonha".

Quanto ao final do drama, eu gostei muito. Achei coerente com toda a trama e com a mensagem que a história queria passar para nós. Para mim, Gaya Sa Pelikula é um drama que com seus detalhes, diálogos e personagens, contou uma história bonita e emocionante, que abordou questões tão importantes com seriedade e responsabilidade. É uma história que merecia muito mais reconhecimento e vale muito a pena ser assistida.

"Um amor libertador e direitos iguais para cada um de nós. A verdadeira luta está do lado de fora. Iremos te receber quando estiver pronto. Até o reencontro."

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