This review may contain spoilers
Start-Up: Um dorama que os telespectadores subestimaram e que eu superestimei
Para ser sincera, não tinha me interessado pela história e não pretendia assistir, mas as inúmeras críticas sobre o casal principal e a adoração ao coadjuvante me intrigaram. No geral, achei o dorama com mais partes positivas que negativas, e muitas das reclamações que li, foram, sim, esclarecidas, mas de forma sutil e não escrachadas.
Os autores fizeram uma escolha ousada ao introduzir primeiro a história do coadjuvante, isso levou aos desavisados a acreditar que o real protagonista era ele. Afinal, Han Ji-pyeong tinha a ‘’Jornada do Herói’’, um órfão, abandonado pelos pais, que recebeu seu primeiro ato de carinho no final da adolescência por Choi Won-deok (avó da protagonista). Anos depois, conquistou dinheiro, notoriedade, mas continuava um homem solitário, sem amigos e sem família. Os diálogos dele com seu speaker (Young-Sil) evidenciavam sua solidão. Seu speaker, uma máquina, era o que ele tinha mais próximo de um amigo.
‘’Depois de tanto sofrimento, ele deveria ter um final feliz com a protagonista’’, inconscientemente foi isso que grande parte dos telespectadores pensou. Esse foi o grande erro deles, com tal mentalidade, ignoraram todo o desenvolvimento do romance entre Nam Do-san e Seo Dal-mi.
Primeiro, Ji-pyeong, apesar de ter lembrado (com dificuldade) do nome de Seo Dal-mi, precisou ver Choi Won-deok e ouvir o pedido dela para lembrar da história das cartas e de Dal-mi. Sem Won-deok, Ji-pyeong voltaria para seu escritório e esqueceria completamente de Dal-mi. Ali ficou claro que as cartas ficaram marcadas de forma diferente em ambos, não somente sobre o amor, pois não faria sentido Ji-pyeong, estando no final da adolescência naquela época se apaixonar por Dal-mi enquanto ela tinha por volta de 13 anos e era uma criança do fundamental, mas também sobre amizade, afinal, ele demorou para recordar dela e da história, enquanto Seo Dal-mi lembrava de cada detalhe.
Com sua eterna gratidão por Won-deok, Ji-pyeong procurou Do-san e propôs um acordo. O acordo não foi consumado, mas Do-san fingiu ser o garoto das cartas do mesmo jeito, mesmo sem entender a metáfora de navegar sem mapa, talvez isso foi o que o intrigou naquele momento, ou talvez apenas vontade de ajudar. Ele logo se apaixona por Dal-mi e decide ali ‘’navegar sem mapa’’. Naquele momento, se revelou a maior diferença entre a personalidade dos dois: Do-san tinha coragem e lutou pelo amor de Dal-mi enquanto Ji-pyeong demorou para aceitar seu amor para si mesmo e para os outros e mesmo depois de aceitar faltou coragem para expressá-lo. O paralelo que fazem entre Do-san e Ji-pyeong em que ambos, em lugares diferentes e por pessoas diferentes, são perguntados se gostavam de Dal-mi é a maior prova disso. Do-san foi rápido em dizer ‘’sim’’ e Ji-pyeong relutou e disse ‘’não’’.
Durante o decorrer do dorama, mesmo usando o passado das cartas, Do-san consegue se desvincular dessa imagem e construir sua própria imagem. Diferente da pessoa das cartas, Do-san não era platônico, imaginação, era real. Não se enganem, o Ji-pyeong das cartas também tinha uma identidade falsa, um nome falso, e apesar de ter muito sentimento dele ali, principalmente em seus desabafos, também tinham os sentimentos da avó dela, o garoto das cartas não era 100% real, ele era um conjunto de mentiras e verdades e sentimentos da avó e dele, além disso, como disse anteriormente: naquela época, o garoto das cartas não amava ela. Voltando ao Do-san, ele foi a pessoa que ela teve o primeiro contato real, foi o primeiro beijo, o primeiro encontro, o primeiro namorado, a primeira pessoa que mostrou lugares para ela, ele não era platônico, escondido, estava ali por ela.
Ji-pyeong também fez muitas coisas por Dal-mi, porém, foram de modos completamente diferentes. Ji-pyeong a apoiava financeiramente e com conselhos, mas nunca saiu da zona de conforto e mostrou novos horizontes para ela, enquanto Do-san, fez ela transformar aquele amor platônico em algo palpável.
Muitas pessoas criticaram o desfecho do plot das cartas, mas no geral, interpretei de uma forma bastante diferente da maioria dos telespectadores. Seo Dal-mi passou anos presa em um Do-san imaginário, inclusive evitava se relacionar com outros homens, e finalmente quando aquele menino das cartas se torna palpável, ela descobre que tudo não passou de uma invenção de ambas as partes. O garoto das cartas nada mais é que uma fusão de Ji-pyeong e sua avó (com maior contribuição de Ji-pyeong) e ele nunca foi um admirador secreto. Enquanto Do-san nunca fez parte do seu passado.
Vamos para minha interpretação: Ela estava chateada com ambos e dividida, já havia falado anteriormente que estava digerindo o Do-san atual, que ela não sabia o porquê, mas se sentia animada. No fundo, ela já sabia que Do-san não era o garoto das cartas, isso também fica bastante claro quando ela, a avó e o Do-san vão à praia. Ela começa a entender o que sente por Do-san por causa das palavras dele no Demo Day, além de encorajá-la, ele decidiu recomeçar a história dos dois e pediu para que ela não o enxergasse como o garoto das cartas, mas sim como era de verdade. Ali, ela começou o processo de separação entre os dois e também percebeu que não gostava do Do-san por causa das cartas, mas sim por quem ele era de verdade. Com os problemas que surgem depois, eles terminam oficialmente. No episódio 14, quando Park Dong-sun diz que Dal-mi gostava de homens com a mão grandes, ficou claro que: o amor palpável que ela experimentou com Do-san no presente superou o amor platônico da infância (existe um paralelo aqui; antes, ela descrevia a personalidade do Ji-pyeong das cartas e agora ela descreve uma característica do Do-san, assim, o passado foi superado). As cartas representam a primeira fase da Dal-mi, ela está sofrendo com a separação dos pais e da irmã e se apoia nas cartas como válvula de escape, com a morte do pai, ela continua usando as cartas como apoio. Porém, quando finalmente enfrenta os fantasmas do passado e os supera, já não precisa mais se apoiar nessas cartas, o sinal mais claro de que ela superou os fantasmas do passado foi deixar de querer ser ceo só para continuar o sonho do pai, mas sim por querer criar um novo mundo. Da parte dela, a história se encerrou, as cartas simbolizavam a influência do passado sobre ela, isso foi superado e a partir dali, ela recomeçaria. Se alguém precisasse discutir alguma coisa, seria o Ji-pyeong, mas a personalidade dele é muito introspectiva para ter coragem de enfrentá-la. Ele só encerra no último episódio, finalmente dizendo que as cartas também foram o apoio dele em momentos difíceis. Dal-mi superou os momentos difíceis e a partir dali, Ji-pyeong também superaria.
Encerro minha review aqui, tenho algumas reclamações sobre o desenvolvimento e acho que focaram bastante no romance/triângulo, mas encerrarei aqui pois já escrevi demais, talvez depois faça algum comentário sobre desenvolvimento. No geral, consegui entender o que os autores quiseram passar então estou contente com o dorama e o final dele.
Os autores fizeram uma escolha ousada ao introduzir primeiro a história do coadjuvante, isso levou aos desavisados a acreditar que o real protagonista era ele. Afinal, Han Ji-pyeong tinha a ‘’Jornada do Herói’’, um órfão, abandonado pelos pais, que recebeu seu primeiro ato de carinho no final da adolescência por Choi Won-deok (avó da protagonista). Anos depois, conquistou dinheiro, notoriedade, mas continuava um homem solitário, sem amigos e sem família. Os diálogos dele com seu speaker (Young-Sil) evidenciavam sua solidão. Seu speaker, uma máquina, era o que ele tinha mais próximo de um amigo.
‘’Depois de tanto sofrimento, ele deveria ter um final feliz com a protagonista’’, inconscientemente foi isso que grande parte dos telespectadores pensou. Esse foi o grande erro deles, com tal mentalidade, ignoraram todo o desenvolvimento do romance entre Nam Do-san e Seo Dal-mi.
Primeiro, Ji-pyeong, apesar de ter lembrado (com dificuldade) do nome de Seo Dal-mi, precisou ver Choi Won-deok e ouvir o pedido dela para lembrar da história das cartas e de Dal-mi. Sem Won-deok, Ji-pyeong voltaria para seu escritório e esqueceria completamente de Dal-mi. Ali ficou claro que as cartas ficaram marcadas de forma diferente em ambos, não somente sobre o amor, pois não faria sentido Ji-pyeong, estando no final da adolescência naquela época se apaixonar por Dal-mi enquanto ela tinha por volta de 13 anos e era uma criança do fundamental, mas também sobre amizade, afinal, ele demorou para recordar dela e da história, enquanto Seo Dal-mi lembrava de cada detalhe.
Com sua eterna gratidão por Won-deok, Ji-pyeong procurou Do-san e propôs um acordo. O acordo não foi consumado, mas Do-san fingiu ser o garoto das cartas do mesmo jeito, mesmo sem entender a metáfora de navegar sem mapa, talvez isso foi o que o intrigou naquele momento, ou talvez apenas vontade de ajudar. Ele logo se apaixona por Dal-mi e decide ali ‘’navegar sem mapa’’. Naquele momento, se revelou a maior diferença entre a personalidade dos dois: Do-san tinha coragem e lutou pelo amor de Dal-mi enquanto Ji-pyeong demorou para aceitar seu amor para si mesmo e para os outros e mesmo depois de aceitar faltou coragem para expressá-lo. O paralelo que fazem entre Do-san e Ji-pyeong em que ambos, em lugares diferentes e por pessoas diferentes, são perguntados se gostavam de Dal-mi é a maior prova disso. Do-san foi rápido em dizer ‘’sim’’ e Ji-pyeong relutou e disse ‘’não’’.
Durante o decorrer do dorama, mesmo usando o passado das cartas, Do-san consegue se desvincular dessa imagem e construir sua própria imagem. Diferente da pessoa das cartas, Do-san não era platônico, imaginação, era real. Não se enganem, o Ji-pyeong das cartas também tinha uma identidade falsa, um nome falso, e apesar de ter muito sentimento dele ali, principalmente em seus desabafos, também tinham os sentimentos da avó dela, o garoto das cartas não era 100% real, ele era um conjunto de mentiras e verdades e sentimentos da avó e dele, além disso, como disse anteriormente: naquela época, o garoto das cartas não amava ela. Voltando ao Do-san, ele foi a pessoa que ela teve o primeiro contato real, foi o primeiro beijo, o primeiro encontro, o primeiro namorado, a primeira pessoa que mostrou lugares para ela, ele não era platônico, escondido, estava ali por ela.
Ji-pyeong também fez muitas coisas por Dal-mi, porém, foram de modos completamente diferentes. Ji-pyeong a apoiava financeiramente e com conselhos, mas nunca saiu da zona de conforto e mostrou novos horizontes para ela, enquanto Do-san, fez ela transformar aquele amor platônico em algo palpável.
Muitas pessoas criticaram o desfecho do plot das cartas, mas no geral, interpretei de uma forma bastante diferente da maioria dos telespectadores. Seo Dal-mi passou anos presa em um Do-san imaginário, inclusive evitava se relacionar com outros homens, e finalmente quando aquele menino das cartas se torna palpável, ela descobre que tudo não passou de uma invenção de ambas as partes. O garoto das cartas nada mais é que uma fusão de Ji-pyeong e sua avó (com maior contribuição de Ji-pyeong) e ele nunca foi um admirador secreto. Enquanto Do-san nunca fez parte do seu passado.
Vamos para minha interpretação: Ela estava chateada com ambos e dividida, já havia falado anteriormente que estava digerindo o Do-san atual, que ela não sabia o porquê, mas se sentia animada. No fundo, ela já sabia que Do-san não era o garoto das cartas, isso também fica bastante claro quando ela, a avó e o Do-san vão à praia. Ela começa a entender o que sente por Do-san por causa das palavras dele no Demo Day, além de encorajá-la, ele decidiu recomeçar a história dos dois e pediu para que ela não o enxergasse como o garoto das cartas, mas sim como era de verdade. Ali, ela começou o processo de separação entre os dois e também percebeu que não gostava do Do-san por causa das cartas, mas sim por quem ele era de verdade. Com os problemas que surgem depois, eles terminam oficialmente. No episódio 14, quando Park Dong-sun diz que Dal-mi gostava de homens com a mão grandes, ficou claro que: o amor palpável que ela experimentou com Do-san no presente superou o amor platônico da infância (existe um paralelo aqui; antes, ela descrevia a personalidade do Ji-pyeong das cartas e agora ela descreve uma característica do Do-san, assim, o passado foi superado). As cartas representam a primeira fase da Dal-mi, ela está sofrendo com a separação dos pais e da irmã e se apoia nas cartas como válvula de escape, com a morte do pai, ela continua usando as cartas como apoio. Porém, quando finalmente enfrenta os fantasmas do passado e os supera, já não precisa mais se apoiar nessas cartas, o sinal mais claro de que ela superou os fantasmas do passado foi deixar de querer ser ceo só para continuar o sonho do pai, mas sim por querer criar um novo mundo. Da parte dela, a história se encerrou, as cartas simbolizavam a influência do passado sobre ela, isso foi superado e a partir dali, ela recomeçaria. Se alguém precisasse discutir alguma coisa, seria o Ji-pyeong, mas a personalidade dele é muito introspectiva para ter coragem de enfrentá-la. Ele só encerra no último episódio, finalmente dizendo que as cartas também foram o apoio dele em momentos difíceis. Dal-mi superou os momentos difíceis e a partir dali, Ji-pyeong também superaria.
Encerro minha review aqui, tenho algumas reclamações sobre o desenvolvimento e acho que focaram bastante no romance/triângulo, mas encerrarei aqui pois já escrevi demais, talvez depois faça algum comentário sobre desenvolvimento. No geral, consegui entender o que os autores quiseram passar então estou contente com o dorama e o final dele.
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