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Definitivamente não é 'passo a passo'
Step by Step não faz jus ao nome. O drama pulou todos os passos necessários para entregar uma narrativa coerente e coesa. Na verdade, ele conseguiu fazer o mais difícil: com episódios longos (mais de uma hora), ele falha em desenvolver todos os personagens secundários e, até mesmo, o foco do drama - o casal principal. Ou seja, não consegue fazer o mínimo.Vamos começar pelo mais fácil: aquele amigo que tem crush na Ae. Apresentaram esse conflito e depois morreram com ele. Na reta final do drama, houve uma espécie de conclusão, com ele se declarando e a Ae falando que já sabia dos sentimentos dele. E fim. O plot teve, literalmente, começo e fim, mas nada no meio. Terminou do mesmo jeito que começou: do nada. Não influenciou em absolutamente nada na história, não mostrou o conflito do cara, como esse sentimento poderia ter afetado relações e alterado a dinâmica do grupo. NADA. Simplesmente não há razão de existir.
Agora os colegas de trabalho. O drama começa mostrando o quão difícil está sendo para o Pat se adaptar ao novo emprego, principalmente por causa do tratamento dos colegas que, em suma, é tóxico. Abusam da boa vontade dele, das relações de poder, além dos momentos de assédio sexual e moral, e homofobia. Um prato cheio para aprofundar as problemáticas do mundo corporativo para pessoas LGBTQIAPN+ e como uma relação amorosa entre chefe e subordinado fica no meio de tudo isso (ainda mais uma relação homossexual). Mas é claro que não vemos nada disso. As cenas de escritório foram distanciadas, assim como os personagens daquele núcleo, que somem por boa parte dos episódios. Mais uma mais vemos personagens sendo apresentados e largados de mão. E, pra piorar, quando um deles volta a ter mais destaque na narrativa, a Ying (a que virou autora de BL no final), aparece com outra personalidade. Ela era uma das pessoas mais absurdas daquela empresa que, de repente, vira uma fada sensata. Coerência? Não temos.
O Chot é um mar de carisma. Não é à toa que é um dos personagens mais adorados do drama (o jeito espalhafatoso e intrometido dele me irrita profundamente, mas isso é um problema unicamente meu). Ele tem uma representação bastante importante ao mostrar um gay afeminado em uma relação longa e estável com alguém que ainda está no armário. Somos apresentados a uma problemática bacana sobre o processo de sair do armário, como isso afeta a relação com alguém que já está fora dele, a confiança que um tem no outro, a espera etc. Se eles abordam todo esse processo? Já sabemos a resposta. Temos poucas cenas com os dois, mas todo o cerne dessa situação é apresentado num diálogo entre o Chot e o Pat e é resolvido em seguida com.... uma ligação do namorado falando que se abriu pros pais e que os dois foram convidados pra jantar com eles. É isso. Um situação tão importante foi resolvida com uma cena onde nem vemos a cara do namorado.
Mas o que mais me indignou foi o desenvolvimento (inexistente) do casal secundário. O próprio nome já diz: casal secundário, logo, supõe-se que eles teriam certo destaque na narrativa. E isso (quase) se confirmou quanto teve um episódio, no começo do drama, praticamente dedicado a apresentar a história deles. Porém ficou por aí mesmo. Vimos que o Jaab gosta do Jane e o Jane está confuso. Jane termina com o namorado e há uma briga com o Jaab, que não teve nenhuma espécie de embasamento. Jane, numa decisão desnecessariamente drástica, larga a vida que construiu e volta pra casa, e não vemos a resolução da história. Jaab, do nada, começa a namorar alguém que nem vemos, termina com esse alguém, vai buscar o Jane na casa dele, Jane está no Japão e, depois de dois anos, Jaab vai pro Japão atrás dele. Se me dissessem que o ator que faz o Jane foi demitido da produção e não souberam como continuar com o plot do casal, eu acreditaria completamente, porque eu nunca vi algo tão mal elaborado.
Vou finalizar com o casal principal, que foi o problema menos severo, mas ainda um problema relevante. Minha estranheza começou com o Pat aceitando voltar a namorar o Put, pois não foi uma atitude coerente com o desenvolvimento do personagem. Suas atitudes demonstravam amadurecimento e superação em relação ao relacionamento deles; sempre me pareceu uma pessoa muito bem esclarecida. Eu, pelo menos, não enxerguei dúvida ou hesitação nos momentos de convivência deles durante as gravações do comercial. Mas tudo bem, eles voltaram a namorar, o Pat percebeu que realmente se equivocou e aí veio o término do namoro. Pat também nunca demonstrou interesse amoroso pelo Jeng depois que ele se tornou seu chefe. Aquele clima que surgiu no momento que eles se conheceram foi quebrado rapidamente. Depois disso, não veio mais nada. No máximo umas olhadas de quem reconhece o quão bonita uma pessoa é. Por outro lado, sempre ficou claro o crescente interesse do Jeng pelo Pat. Talvez o desenvolvimento do Jeng tenha sido o único aspecto coerente da trama. Num momento de vulnerabilidade, quando ele diz ao Jaab que não vê nos olhos do Pat reciprocidade de sentimentos, eu não poderia concordar mais! Porque realmente isso não é demonstrado de nenhuma forma. Por isso, aquela reação exagerada que o Pat tem quando descobre que o Jeng gosta dele não faz o menor sentido. Até tentei passar um pano quando vi, poderia ser a reação de alguém que não acredita que poderia atrair a atenção de uma pessoa como o Jeng, mas depois o Pat corre atrás do Jeng e fala que gosta dele também e aí não entendi mais nada. É como se tivesse virado uma chavinha nos sentimentos dele.
As coisas já estavam estranhas antes, mas o episódio 9 foi o pináculo de tudo. Dali em diante foi uma sequência de eventos desconexos. Se a versão sem cortes estava assim, quero nem imaginar a versão com cortes. O episódio 12 seria perfeito se todo o resto fizesse sentido. O aspecto positivo do drama que mais chamou a atenção foi a química entre Jeng e Pat. As cenas dos dois juntos são bem naturais e críveis, não tem aquele "travamento" que costumamos ver em BLs (quando dois atores heteros e "brothers" claramente estão desconfortáveis um com o outro nas cenas mais íntimas). Infelizmente, eles não seguram muito bem as cenas mais emocionais. Ver o Man chorando me dá vontade de chorar também, mas de vergonha mesmo.
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Uma torta caprese imperfeita.
Para um torta caprese ser inesquecível são necessários ingredientes de qualidade, equilíbrio de sabores e técnica. A proporção dos ingredientes, a habilidade manual e o tempo de forno são elementos essenciais para que a receita se torne o carro-chefe de um empreendimento de sucesso. É isso que a série nos ensina. E talvez seja esse cuidado que ela deveria ter aplicado em sua produção.Quando a proposta de uma série/drama é apresentar um formato de curta duração, ela precisa se atentar na quantidade de informações que quer passar para que não fique superficial. Bake Me Please apresenta sua trama de forma coerente, mas a sequência de acontecimentos se tornam inverossímeis pela falta de profundidade das situações. Há vários fatores em jogo, como a relação de Shin e Peach, a frustração do Guy em relação ao seu papel da confeitaria e sua amizade com o Shin, a indecisão de Atom sobre seu futuro, o crush de Oab no Shin, a pressão da mãe sobre os filhos para manter e expandir a confeitaria... mas não conseguimos sentir suas importâncias na história pelo modo efêmero e superficial em que esses plots são dispostos na narrativa. Às vezes, o menos é mais. A montagem também não deixa subtendida a passagem de tempo. Algumas situações podem ter durado três dias ou três semanas. Difícil discernir.
Infelizmente, Ohm, que interpreta o Shin, está fraquíssimo no drama e isso fica ainda mais evidente nas cenas de conflito. A obra apresenta um ar de novelão em alguns momentos, então é fácil cair na canastrice. Mas, no geral, os demais atores estão bem. A doçura e otimismo de Peach é facilmente captada na interpretação de Guide. O excesso de beleza de Poom me distraiu, mas ele conseguiu trazer à tona toda a frustração de Guy, mesmo mal inserida na trama.
Pra finalizar, vamos voltar para o começo: a abertura é constrangedora. Parece que eles queriam encontrar a maneira mais fácil e barata de fazer essa introdução, filmando-a em duas horas, no máximo. Mesmo sendo curtíssima, os planos se repetem, há alguns inserts sem sentido, os atores não parecem saber muito o que fazer, o figurino é breguíssimo. Acho que o próprio diretor não soube mais o que filmar em certo ponto.
A real é que agora só me resta descobrir onde encontrar um bolo de palma toddy.
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Estudantes de audiovisual do primeiro semestre fizeram esse drama
Não, não foram estudantes recém ingressos na faculdade que fizeram esse kdrama, mas parece.Não vou nem entrar no mérito do evidente baixo orçamento de produção e das prováveis consequências das restrições do COVID19. Mentira, vou sim.
Esse drama foi feito com orçamento de um pastel na feira e um caldo de cana. A história se concentra em basicamente duas locações, quase não há figurantes e o problema no áudio ambiente é gritante. Tem momentos que quase não se escuta o diálogo dos atores. As tentativas de efeitos especiais são risíveis.
Há aquele problema básico dos formatos curtinhos: desenvolvimento ruim. A história é interessante, mas o roteiro é mal aproveitado e sentimos falta de uma maior profundidade. Não sabemos a origem da mágica que leva o menino pro passado, nem quem era a mulher que fez isso. Não sabemos direito os conflitos que desencadearam o deserdação do príncipe. Não sabemos nada sobre o soldado que o protege, apenas sua inabalável fidelidade. E o pior, como ele conseguiu ir pro futuro também? A mulher ajudou? Algumas coisas são simplesmente incoerentes.
As atuações são de centavos. O único que merece algum destaque é o fofíssimo Jun que trouxe todo seu carisma pro personagem. A direção é simplória, não tira o melhor da história e dos personagens. Câmera parada o tempo todo.
A questão orçamentária é irrelevante quando se tem um bom roteiro e direção, mas não temos nem um nem outro. Bons filmes podem ser feitos apenas no celular. Ótimos roteiros podem vir em apenas 15 páginas.
Mas a questão final que fica é: o trisal vem aí?
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Deveriam ter feito uma segunda temporada.
Não sei se o filme foi o melhor formato para a continuação dessa história deliciosa. Uma segunda temporada traria melhor desenvolvimento e poderia explorar mais os personagens secundários que apresentaram sinais de tramas bastantes interessantes.Realmente parece uma série condensada num longa-metragem. Temos um arco maior (o conflito do Shiro com os pais) e arcos menores que vão se alternando ou mudando ao longo do filme, exatamente como se fosse o arco da temporada e os arcos de cada episódio. Porém, num filme de duas horas, perde-se a chance de desenvolver perfeitamente esses arcos menores, deixando um pouco a desejar. Senti falta de abordarem melhor o casal secundário e os personagens do salão de beleza.
Apesar disso, são duas horas que você não vê passar. É um slice of life que realmente te faz imergir na rotina dos personagens, como se estivéssemos convivendo com eles. O aspecto explorado que mais me marcou foi a importância que o Kenji tem para o Shiro. O Shiro é bastante discreto, não apenas em seu relacionamento, mas em todas as partes de sua vida. Ele possui uma frieza exterior, que é esmaecida com atos de serviço, principalmente nas refeições. O melhor momento foi quando ele, simplesmente, não hesita em se mudar quando Kenji conta que a mãe o chamou para cuidar dos negócios da família. E Kanji continua sempre com aquele carisma e humor inabaláveis.
Terminou com aquele gostinho agridoce de "quero mais".
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Um prato no ponto certo!
A melhor sensação que você tem enquanto assiste esse jdrama é notar que não é um BL, mas uma verdadeira obra LGBTQIA+. Não se enganem, não é uma série no patamar de obras ocidentais que tratam esse assunto de maneira mais aberta e crua.A sociedade japonesa é conservadora. Esse tipo de assunto é tratado em nichos. Então apresentar um relacionamento homossexual ao público exige sensibilidade, ensino e paciência. Kinou Nani Tabeta integrou esses elementos ao humor e à gastronomia e trouxe um verdadeiro comfort series sobre o dia a dia de um casa gay que tem a culinária como hobby.
A série aborda diversas situações comumente vividas por grupos LGBT+ de modo sensível e bem-humorado, trazendo o antiquado senso comum para ser derrubado. Shiro esconde sua orientação sexual no trabalho, sua vizinha só aceita ficar no apartamento sozinha com ele quando descobre que ele é gay, seus pais o aceitam, mas tem dúvidas absurdas sobre seu estilo de vida. Há diversas reflexões realistas sobre ser gay na sociedade japonesa e vemos isso refletido no ambiente familiar, no trabalho e entre amigos. Sem contar que não é apenas sobre o fato de ser gay, mas gay na casa dos 40 anos. Então a questão da idade também vem à tona. Através desses tipos de situações, tabus são quebrados (conseguiu ouvir?) sempre de modo leve, acompanhado de um trilha que remete aos anos 1940/50.
Parece uma produção com estética caseira. Não há muito movimentos de câmera, nem trabalho de iluminação e, às vezes, as atuações são um pouco teatrais, com pouca naturalidade e muitos monólogos. A linguagem do amor nesse jdrama são os atos de serviço, principalmente através dos pratos cozinhados por Shiro. Senti falta do toque físico (que é quase inexistente) e a sensação que tive é que estava vendo um casal de amigos e não namorados. Outro incômodo foram as extensas cenas deles cozinhando que, por muitas vezes, ocupavam metade do episódio de meia hora.
É um série engraçada, leve e reflexiva que vale a pena conhecer!
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Alguém sabe o que aconteceu?
Porque eu não sei. Parece que arrancaram algumas páginas do roteiro, aleatoriamente, e falaram: "pronto, vai ser isso aqui".Antes da derrocada do penúltimo episódio, a trama estava indo bem? Bom, mais ou menos. A narrativa estava sendo desenvolvida com pressa (aquele velho problema dos formatos curtinhos), mas, no geral, era uma história simpática, com personagens carismáticos. Foi bacana que não ficou só na bolha do casal, tendo foco na relação entre amigos e com o pai.
Desde o começo indicaram um passado entre o modelo e o entregador, mas e aí??? Não se falou o que aconteceu entre eles, qual era a relação deles, o contexto da cena onde um deles chora inconsolavelmente.
E os namorados, o que rolou??? O estilista enfrenta um problema moral sobre aceitar um emprego o qual ele foi favorecido por seu amigo e numa empresa que não emprega os ideias dele. Enquanto ele lida com isso, do nada resolve ignorar o namorado e largar ele sem explicação nenhuma? O namorado o qual ele chamou para modelar suas roupas. Ai corta pros dois sofrendo.
A amizade do modelo e o estilista. Um se declara pro outro e fala que vai lutar. E é isso aí. vlws flws.
Eis que vem a famosa passagem de tempo, é claro! Qual melhor ferramenta pra consertar uma história dos últimos minutos? Cada um está com sua vida encaminhada, se reencontram, se reconciliam e tá tudo bem! FIM. THE END.
Agora anunciaram que o filme incluirá cenas excluídas do drama. Não duvido que tenham feito de propósito pra gerar engajamento pro filme. É uma pataquada sem fim.
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Uma ode ao amor, ao amadurecimento e à solidão.
Our Beloved Summer me chamou atenção desde a primeira vez que li a sinopse. Não sei o porquê, afinal, não tinha nada demais. A história de um casal que gravou um documentário na adolescência, namorou e se separou em maus termos e, depois de anos, se reencontram para gravar uma continuação para esse documentário. Talvez eu só tenha achado divertido. Parecia uma boa premissa para um rom-com.A primeira impressão não foi boa, não vou mentir. Um dos piores aspectos desse kdrama é a montagem frenética, com diversos cortes por cena. Parecia que o montador tinha alguma tremedeira na mão. Era exaustivo de acompanhar e prejudicava o ritmo. Felizmente, isso foi melhorando .
Um dos primeiros aspectos desse drama que me conquistou foi o fato dele não entregar tudo sobre os personagens e a história de modo imediato. Adotando o gênero slice of life, possui uma narrativa que se desenvolve progressivamente a cada episódio, desenrolando camadas e camadas dos personagens, como se fossem peças de um quebra-cabeças. Suas atitudes, características e motivações são desvendadas ao poucos através de uma quebra (ou até ouso chamar de uma brincadeira) na temporalidade da narrativa. Do mesmo jeito que a montagem tem o pior aspecto do drama, ela também tem o seu maior trunfo. Há constantes idas e vindas, do presente ao passado (e detalhe pra mudanças do aspect ratio toda vez que isso acontecia) e repetição de algumas cenas, mas de modo que sempre agregava novas informações e pontos de vista. Então o ritmo desgastante dos cortes frenéticos das cenas individuais, se abrandava na construção da narrativa dentro do episódio como um todo.
O roteiro é muito bem escrito, principalmente por ser sensível ao retratar os sentimentos e crescimentos de seus personagens que, por sua vez, são bem construídos e humanizados, com desenvolvimento bastante naturalista. É sobre como o amor perdura, mas ele não é suficiente se não sabemos lidar com as nossas próprias barreiras. Yeon-su é uma garota inteligente e determinada que sempre soube o caminho que queria traçar em sua vida e lutou para isso. Vinda de uma família carente e tendo lidar com problemas financeiros, ela sempre pôs a cara a tapa para proteger sua vó e melhorar a situação delas. Sua arrogância mascara sua baixa autoestima. Ela não consegue manter relações por não se julgar merecedora delas e o orgulho a impede de pedir ajuda. Isso destruiu seu relacionamento com Choi-ung, que carrega um insuperável trauma de infância que o faz temer o abandono. Ele não tem grandes objetivos na vida e não sabe expressar suas emoções. Mesmo vivendo da arte, seu trauma o impede de usá-la como modo de expressão; assim, suas obras não tem vida. Ele quer se encontrar, mas não quer ir longe, pois tem medo de ficar sozinho. Ji-ung sonha com um vida que não é sua. Sem pai e com uma mãe displicente, ele almeja em Choi-ung aquilo que não tem. Em compensação, Choi-ung oferece uma amizade sem tamanho. É uma mistura de ressentimento com gratidão. NJ sempre viveu numa bolhada moldada para ela, com poucas interferências externas. Com a vida escancarada na mídia, vive à base do amor e do ódio do público que só enxerga a celebridade e não o ser humano.
São pessoas solitárias. Yeon-su está presa em seus sentimentos de auto-sabotagem e isolamento; Choi-ung está preso no seu trauma e em não conseguir alcançar as expectativas que se espera dele; Ji-ung clama por amor e não é correspondido (romanticamente e maternalmente); NJ está presa dentro da própria fama: ninguém entra, ninguém sai. Elas tem a solidão presas em si e o drama mostra como elas conseguem, aos poucos, quebrar as barreiras as quais estão presas.
Uma das melhores características do roteiro e direção é na construção desse amadurecimento dos personagens através de suas ações. Vi-me esperando diálogos expositivos que esclarecem os conflitos. Estava esperando A conversa do casal protagonista para que finalmente ficassem juntos. Não veio, mas veio coisa melhor. Yeon-su demonstrando sua dor para Choi-ung e se dando conta de uma pessoa que sempre esteve ao seu lado: Sol-i. Choi-ung desistindo de sua carreira para aprimorar sua visão e encarando seu pai que o abandonou. O casal até conversa, mas é pra chegar na conclusão: suas diferenças não o manterão separados; com a barreiras derrubadas, o amor perdura.
Ji-ung persiste num amor não retribuído do mesmo jeito que persistiu pela atenção de sua mãe. Ele prefere sofrer em silêncio do que enfrentar o que sente. Ele somente supera devido à importância de sua amizade com Choi-ung e pelo acaso do destino: gravar um documentário com sua mãe. Aquele que sempre esteve atrás da câmeras, enxergando e desvendando sentimentos alheios, finalmente teve a sua vez de se expressar. NJ começa a criar suas próprias regras para sobreviver no mundo o qual cresceu em vez de se submeter aos outros. Ela aceita seus sentimentos, assim como aceita a rejeição deles. E tá tudo bem! Ela se permitiu sentir e sair da bolha sufocante a qual vivia.
Foi uma jornada muito bonita de acompanhar, feita de maneira coesa e coerente. Fomos conhecendo e crescendo junto com os personagens. Além disso, cada episódio trouxe o título de um filme popular que transmitia a ideia que o episódio queria passar, de modo direto ou indireto, sendo uma diversão extra procurar qual era o filme da semana e sua conexão ao drama.
É um kdrama que extravasa sentimentos com uma sensibilidade sem limites.
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Apenas uma palavra: BREGA.
Não me entenda mal. AMO breguices. AMO clichês. Esse drama tinha tudo pra me agradar: romance seguido de separação seguido de muito angst seguido de reconciliação, além de ter os maravilhosos Sakaguchi Kentaro e Lee Se Young; mas desde o primeiro episódio senti que algo não estava me agradando, que parecia tudo muito batido.Pode ser uma saturação que tenha vindo de mim mesma. Câmera lenta, trilha musical incessante, flashbacks da cena anterior, câmera lenta, diálogos e narrações melosas, filtro na direção de fotografia... já disse câmera lenta? A junção e repetição desses elementos foram feitas de tal modo que deixou a linguagem do drama à beira do cômico. Nenhuma produção precisa, necessariamente, ser inovadora, mas é preciso saber trabalhar bem os diversos aspectos da história. Eu sinto que o principal elemento que faltou foi PAIXÃO, principalmente no inicio do relacionamento do casal protagonista. Retratou-se um relacionamento tão xoxo capenga, seja por incompetência da direção ou falta de química dos atores, que não parece uma relação avassaladora a ponto de se tornar marcante e inesquecível na vida dos personagens e que, por consequência, levasse a suceder todos os acontecimentos da história.
Sobre a história, a Beni teve TODA a razão para ficar chateada, mas convenhamos... ela praticamente cancelou todo os outros aspectos da vida dela só pra se dedicar ao relacionamento e ficou chocada quando ele não fez o mesmo. Se ela tivesse continuado seus estudos, expandido suas conexões, arranjado outros empregos, em vez de ficar na zona de conforto do namorado, talvez a situação tivesse sido outra. Ela era uma estrangeira num país de costumes diferentes, mas tinha a vantagem de dominar a língua, ter uma amiga no local e uma aprovação na pós-graduação e não aproveitou nada disso. Seu erro foi não ter colocado a si mesma como prioridade. Desde o começo, eu só torcia para que eles seguissem em frente com as suas vidas, mas resolveram continuar estagnados, ou melhor, em CÂMERA LENTA.
Enfim... parece que, por ser uma coprodução internacional, se utilizaram apenas do arroz e feijão para entregar o básico do básico dos dramas românticos coreanos.
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Um suspense sem mistério
O Japão trabalha com extremos. Ou faz coisas muitos boas, ou muito ruins. Ou muito estranhas. Dessa vez pareceu trabalhar no meio termo.Visualmente, "Iribito" impressiona logo de cara. Nos deparamos com uma produção de qualidade cinematográfica. A direção de fotografia tem enquadramentos belíssimos, conseguindo valorizar as obras de arte retratadas na trama e a relação que os personagens tem com elas. Possui uma narrativa interessante que envolve relações familiares, relações abusivas e um ar de suspense. Uma protagonista com pouco carisma, mas com a atriz entregando uma ótima atuação.
Acho que o maior problema está em não conseguir entregar aquilo que se propõe, principalmente na trilha sonora. A música constantemente invoca algum mistério a ser desenrolado, mas no fim não entrega nada. É uma sensação de sempre estar dando partida num motor que não liga. A trilha engrandece uma história que a narrativa não sustenta. Queremos entender como é a relação entre o mestre e a aprendiz, queremos entender a relação da protagonista com a arte e como ela se sente em relação ao seu bebê, queremos entender a relação entre seu marido e sua mãe.
A construção desses momentos é interessante, mas o desfecho decepciona. Nos deparamos com um assassinato que não foi assassinato. Foi um acidente encoberto estupidamente por um sentimento de inveja e ciúme. Os crimes começaram a partir daí, quando o mestre submeteu sua aprendiz a situações abusivas. A protagonista e a aprendiz descobrem que são irmãs em um twist que enfraquece totalmente o arco das duas. Uma relação construída pela conexão à arte, que dava abertura para uma abordagem poética, é destruída pelo subterfúgio barato do laço sanguíneo. E, de modo bastante preguiçoso, temos a mãe (que não é mãe) se martirizando pelo modo que tratou a filha, mas sem embasamento nenhum, ela só muda de atitude subitamente. E temos o marido descobrindo que a esposa e a aprendiz são irmãs. Também do nada. É como se fossem plots que não deram tempo de serem desenvolvidos nos cinco episódios, então resolveram de qualquer modo só pra não deixar em aberto. Era melhor ter deixado a mãe ainda cretina e o marido na ignorância.
Ao mesmo tempo que teve uma ótima atuação da atriz protagonista, também tiveram atuações caricatas que saíram do tom do jdrama como um todo, principalmente a figura do mestre e também no fatídico último episódio. Sua morte foi completamente teatral e não naturalista, correndo o risco de ser risória. O único aspecto positivo foi a neve caindo, trazendo uma linguagem poética que o drama de beneficiaria se tivesse investido mais nisso.
Em suma, é interessante de acompanhar, mas decepciona na hora de finalizar. É como nadar e morrer na praia, mas talvez valha a pena pela jornada.
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O drama para você nunca querer trabalhar em um ambiente corporativo
Infelizmente, não é meu caso, já que trabalho há anos em escritório, mas hoje estou salva pelo home office. Tendo essa experiência, impossível não associar algumas situações do drama sem sentir alguns gatilhos. Porém, talvez até por questões culturais (ou por sorte minha?), os conflitos do drama são bem mais hardcore. O drama retrata uma rotina de abusos e assédio normalizados por todos que estão inseridos naquele meio. A pergunta que fica é: cadê a CLT desse pessoal?Pois bem, começamos o drama sofrendo desconsoladamente pelo Geu-rae, um ex-jogador de GO que, por mais talentoso que fosse, sua rotina doméstica e familiar evitou que ele conseguisse se profissionalizar. Por indicação, ele foi trabalhar numa empresa de comércio, o que gerou comentários e atitudes maldosas por parte de seus colegas que viram tal indicação com maus olhos. Achei interessante que, no momento que passa a introdução da história dele e entendemos de onde vem suas motivações, caímos na sua rotina de adaptação na empresa e nas suas diversas situações e problemas. Vemos o personagem crescendo naquele meio, melhorando seu relacionamento com seus colegas e suas habilidades de trabalho. Assim, vem uma sensação de estabilidade. O tempo vai passando até que, lá pelos últimos seis episódios, vem à tona a questão dele ser um funcionário temporário e a desgraça cai sobre nós novamente. Um aspecto bastante interessante do crescimento de Geu-rae é que ele sempre associa os ensinamentos do GO nas atividades e dinâmicas do escritório, mas vai aprendendo, na raça, que nem sempre a teoria funciona naquelas situações. Ele fracassa diversas vezes. Esse realismo e o pouco uso da idealização das circunstâncias (e personagens) é maravilhoso!
Um dos pontos mais bonitos do drama é que, no fim, muito se resume à relação do Geu-rae e do Sr Oh, que é o chefe da equipe de vendas onde o Geu-reau é alocado e é um sujeito à beira de um burnout. Durante todo o drama vemos como um ajudou o outro a crescer como profissional e como pessoa. Muita da pressão que o Sr Oh sofre está relacionada à sua personalidade forte e relutante em ceder à todas as restrições da empresa. Ele tem seus princípios e sempre dá um jeito de segui-los de forma que não prejudique a companhia. Um impacto claro da sua relação com o Geu-rae é quando ele deixa de lado esses princípios ao tentar manter o novato na empresa e torná-lo funcionário fixo.
Os demais novatos que entraram com o Geu-reu na empresa também tiveram ótimos destaques!
O Baek-ki é um mala egocêntrico aprendendo as verdades da vida. Levou muitas cortadas do seu colega, Sr Kang, e foram esses golpes de humildade que o ajudou a refletir sobre sua própria arrogância.
Particularmente, me identifiquei um pouco com o Seok-yul sobre ver outros se beneficiando em cima do seu trabalho. Ele é bastante extrovertido e vê-lo perdendo a animação, aquele brilho no olhar, pelos abusos de autoridade do Sr Sung, foi bem triste. A mudança de corte do cabelo foi bastante simbólica. Ele aprendeu, na marra, que não se deve combater fogo com fogo. No fim, ele focou no que importava: fazer bem o seu trabalho e deixar o carma agir sobre o Sr Sung. Porém achei um equívoco grotesco terem retratado ele como um pervertido, no começo da história, com algumas atitudes que beiravam o assédio. E pior: foi usado como artifício de humor no drama. Numa narrativa que condena diversas situações de abuso, isso me pareceu um pouco incoerente.
Finalizo com a Young-yi, que comeu o pão que o diabo amassou, tanto no serviço quanto em casa. Ao chegar na empresa, ela se submete ao assédio moral e maus tratos dos colegas. É extremamente frustrante o quanto ela abaixa a cabeça para essas situações. Ela realmente não retruca ou combate em nenhum momento. Porém, quando ela conta sua história, todas essas atitudes fazem sentido. Ela sempre foi rejeitada pelo pai por não ter nascido homem e sustentou a família que sempre perdia dinheiro em maus investimentos; então, lutou desde nova para garantir sua independência e personalidade própria. Ela prefere se adaptar para poder sobreviver. Engraçado que a mudança de atitude dos colegas dela veio quando eles viram outras pessoas tratando ela da mesma maneira que eles a tratavam (ou até pior, vide o Sr Ma). Ela conseguiu perseverar no meio de tanto abuso. Não sei se teria tanta força para aguentar e não sei nem se deveríamos ter. É criminoso aquele ambiente de trabalho.
Para finalizar, passei o drama inteiro tentando entender quais seriam as circunstâncias que levariam àquela perseguição do início. Por mais que tenha sido legal por si só, super bem produzida, contextualizada e tals, achei que ficou tão fora do tom do drama. Pareceu algo à parte, dirigido por pessoas diferentes ou retirado de outra produção que não deu certo. Sei que o Geu-rae já tá amadurecido pela passagem de tempo (que foi de apenas um ano), mas pareceu outro personagem. Pode até ser algo simbólico, por finalmente estarem livres daquele empresa e em um ambiente mais amigável, mas foi uma quebra estranha.
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Passaram a faca
Não tem nem o que escrever sobre essa série/filme ou sei lá o que foi isso, porque simplesmente não existiu. Essa obra não existe. É um compilado de cenas aleatórias que não tem simbiose entre uma e outra. Dá pra ver claramente que foi prejudicada pela censura, já que tem cortes muitos bruscos no meio de ações, personagens que somem, plots interrompidos. Absolutamente nada faz sentido.Suponho que seria uma obra mais ou menos com toques de comédia, fofura, aquele enemies to lovers gostoso de ver. Talvez uma coisa meio mal desenvolvida, porque tinhas umas situações esquisitas mesmo com o esquartejamento que fizeram, mas talvez no fim fosse algo satisfatório.
Enfim, nunca saberemos.
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Bacana, mas não especial.
É um episódio legal de assistir, porém parece um junção de diversos episódios em um só. Não tem um arco principal, parece diversas sketches. Se for pra ser assim, melhor só continuar na sequência na série.Foi interessante ver um pouco mais do personagem Wataru/Gilbert. Confirmou que ele realmente é um insuportável e que aquela barbicha ridícula é de propósito, mas também mostra que ele se importa com o que Kohinata pensa dele (porém a vontade de que ele desse um chega pra lá no menino é forte).
Vimos um poucos mais da rotina e evolução do Shiro e Kenji.
Mais receitas deliciosas sendo feitas. E foi isso.
A essência da do jdrama permanece. Leveza, bom humor e reflexões.
Mas como episódio ~especial~ não acrescenta em nada.
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Bom e louco
Com uma premissa a la "Clube da Luta" e uma abertura caótica estilo "Mandy", Bad and Crazy chama a atenção logo de cara. E essa atenção se prende ao longo dos episódios ao vermos uma narrativa bem encaminhada sobre uma investigação de assassinato que vai se fragmentando, gradualmente, até alcançar casos de corrupção dentro do próprio órgão policial. E, no meio de tudo isso, o investigador responsável, Ryu Soo Yeol, se descobre com transtorno de personalidade com um alter ego chamado K, advindo de um trauma de infância. A razão de sua presença volta à tona depois de anos, com a presença de um psicopata que alicia jovens a cometerem assassinatos em prol do bem maior. Esse cara fez a mesma coisa com Soo Yeol em sua infância.A relação entre Soo Yeol e K é a principal fonte de alívio cômico do kdrama (mas não a única), porém vejo a comicidade como um equívoco, pois ela não é bem dosada. Sem contar trilha sonora de comédia horrorosa, parece mickey-mousing. Como se trata de uma série de suspense, é necessário ter o timing correto para aliviar a tensão.
O drama trata com dois plots muito interessantes e, por mais que tenha utilizado um ótimo ponto para interligá-los, ainda parece que um plot foi deixado de lado pra dar espaço a outro. Ainda há resquícios do primeiro até o fim da história (a questão dos coreanos-russos) que impacta no plot pessoal do Soo Yeol, mas foi uma brusca mudança de relevância entre um e outro.
Apesar desses dois pontos, vemos uma história bastante interessante e bem conduzida, de modo geral, com boas interpretações e uma excelente química entre os protagonistas.
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Não parece, mas uma hora acaba.
A jornada para assistir esse cdrama foi longa e curta, ao mesmo tempo. Em tempo real, foi curta. Em tempo emocional, longa. Longa demais.Vamos lá, quando planejamos roteiros e seus arcos, os planejamos para que sejam coerentes e verossímeis. O começo de um ideia é sempre empolgante de escrever, mas o ponto é: temos que levar essa empolgação, coerência e verossimilhança até o fim. Se você planeja uma série de 35 episódios, pois faça os 35 episódios valerem a pena. Não desista no meio do caminho.
Os primeiros episódios foram bastante interessantes. Mesmo se tratando de um romance clichê, tivemos quebras na temporalidade com três períodos do relacionamento sendo retratados, modo documentário com os personagens contando sua história, o romance não sendo a chave de ignição principal - relacionamento entre amigos e família tinham grande importância -, os coadjuvantes tinham grande peso. Tudo isso foi se perdendo aos poucos. A narrativa se tornou linear e o roteiro tomou um rumo usual. A impressão que fica é que demitiram o criador original da ideia e contrataram alguém pra remendar o resto do drama. E é isso: metade da série parece uma série de remendos, com situações incoerentes e personagens mal desenvolvidos. Todos os aspectos que tornavam o cdrama promissor, morreram. O últimos 10 episódios foram insuportáveis de assistir.
O relacionamento da amiga e do irmão foi totalmente mal desenvolvido. Eles ficaram amigos por anos e, depois de um noite de bebedeira, ele de repente de apaixona incondicionalmente. Toda a personalidade dele é derrubada. A insegurança dele sobre casar e ter filhos é derrubada com um diálogo. Uma frase dita por ela depois do beijo foi "por que não senti nada?" (ou seja, ideia de superação do romance na adolescência). Corta pra ela sofrendo loucamente até o último minuto.
Passaram-se vários episódios sem abordarem o relacionamento da amiga com a mãe. Corta pros 45' do segundo tempo com as duas resolvendo suas diferenças devido à doença da mãe. Quase um episódio só dedicado à isso.
Sobre os pais da protagonista: o padrasto sofre um acidente e se torna paraplégico e se utilizam do humor (!!!) para retratar sua queda para o alcoolismo (que aliás, é resolvido do nada também). O papel da mãe só é se preocupar com o filhos, cuidar do marido e ficar brava.
Sobre o amigo birrento: simplesmente um desperdício de evolução. Ele é do jeito que é por causa da criação restrita, sempre se envolveu em problemas, mas tem bom coração. Ele é assim aos 18 anos. Manteve-se assim aos 24 anos. Tinha tudo para aprender com erros, experiência dentro da empresa que montou, mas em nenhum momento ele para de agir de modo irresponsável e inconsequente. E ele agindo que nem um creepy com a menina rica? Plot horroroso e sem sentido nenhum. Ela fica com ele por pura carência por não ter tido atenção a vida.
E o casal principal? Primeiramente vamos deixar algo claro: interpretar alguém introspectivo não significa robotizar a performance. O ator é péssimo, só sabia fazer duas expressões e não sabia interpretar nuances para deixar o personagem humanizado. A atriz é boa, porém a personagem é um porre. Tem carisma, mas é insuportável. Mas isso é só minha percepção, porque (pelo menos) ela tem boa evolução na narrativa.
Último, mas não mais importante: o que era aquela p*rra de direção de fotografia? O que são aqueles filtros que insistiam em colocar aleatoriamente? Não tinha um padrão, não tinha uma linguagem estética, não tinha sentido! Parecia apenas que as lentes estavam sujas e algumas vezes limpavam, outras não. Numa mesma cena, tinha filtro num plano e cortava pra outro que não tinha! HORRÍVEL!!!
Além disso, notei problemas de continuidade e maquiagem mal feita em certos momentos.
O plot dos últimos episódios, com certeza, foram feitos para preencher algum espaço, como se tivessem que atingir uma cota de roteiro ou na grade de programação.
Assisti com uma força que nunca achei que teria. Orgulho de mim mesma.
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Não é nostálgico, é ultrapassado.
Depois de assistir "The Red Sleeve" e presenciar a interpretação indescritível do Lee Junho, eu fiquei ansiando por um romcom clássico CEO com ele, não sei porquê. Para minha surpresa, o desejo não demorou muito a ser cumprido, mas a sinopse já me deixou receosa, parecia boba demais, porém continuei firme. Entretanto, qualquer resquício da felicidade do anúncio se desfez logo após assistir o primeiro episódio. Ao ver o personagem Gu Won chegar, literalmente, de paraquedas no terraço da empresa, percebi a narrativa ia pro lado das patacoadas. Poderia ser só uma impressão momentânea, mas a cada episódio vários elementos confirmavam essa hipótese. Os efeitos sonoros, o humor pedante, cenas irrealistas, a falta de cuidado com plots secundários, o príncipe no cavalo branco salvando a princesa sempre no timing perfeito... O problema disso é: a estrutura se apegou tanto ao passado, que não sobrou nenhum frescor. Em uma história assim, ninguém espera algo inovador, mas a narrativa simplesmente parou no tempo. Diferente de kdramas como "Business Proposal" ou "Love To Hate You", que trazem de volta essa narrativa clássica, mas com toques inovadores e atuais, "King The Land" não tem nada a oferecer.O excesso de fanservice atrapalhou demais o ritmo do drama. Eu ainda não me conformo com o quanto o episódio 10 não serviu para nada. É literalmente um filler. O foco nas cenas românticas do casal que não agregavam na narrativa atrapalhou em um melhor desenvolvimento de todos os outros plots. Um dos aspectos mais importantes da história e que moldou a personalidade de Gu Won foi o desaparecimento de sua mãe, porém toda a sua conclusão foi resolvida em meros 15min no penúltimo episódio. A mãe veio e foi embora num piscar de olhos.
Demoramos para descobrir o porquê da Sra Gu ter tanto ódio pelo irmão. No fim, descobrimos que era daddy issues, num desenvolvimento completamente incoerente e mal trabalhado. O jeito que seu conflito foi apresentado, com apenas uma cena do passado com o pai e a madrasta brincando com o Gu Won, é desproporcional com as consequências que vemos no presente. Não convence. E o final foi totalmente apressado, como se precisassem resolver logo essa parte da história pra mostrar as cenas do casamento dos protagonistas.
Há, também, os plots das amigas. Pyung Hwa é uma comissária que é intimidada por ser divorciada (casamento que ocorreu do modo mais ridículo possível, aliás). Não sei se é conflito cultural, mas não consigo ver como uma situação dessa é realista em pleno ano de 2023. E se forem fatos de uma realidade que está longe de mim, o drama ficou longe de evidenciar o quanto essa mentalidade é problemática e os meios necessários para solucioná-la. A outra amiga, Da Eul, é tratada como empregada pelo marido e pela família dele. Esse plot foi o que mais me revoltou, pois foi tratado unicamente em modo cômico. É um tipo de situação extremamente tóxica e degradante, mas trataram como se o problema é apenas o marido estar desempregado, terminando com ela invertendo os papéis dentro das tarefas da casa e os sogros (claramente um referência de onde veio a criação podre do marido) são isentos. Eu entendo perfeitamente que é um drama leve que não visa aprofundar assuntos sérios e problematizá-los, mas esses tipos de situações poderiam ter sido melhor trabalhadas e não banalizadas.
No mais, é sempre um sabor ver o Lee Junho em tela. Sua voz e seu sorriso esmaece qualquer crítica. A proximidade dele com a Yoona transparece na química incrível que os dois têm em tela.
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