Uau. Desde a Longa Balada eu não tinha ficado tão apegada a um drama chinês de época como fiquei com The Double. E isso por si só já diz muito sobre a qualidade da história, pois Longa Balada é um dos meus dramas chineses favoritos da vida.

The Double é uma história de vingança e reparação. Xue Fang Fei foi acusada falsamente de adultério, enterrada viva pelo marido e seus parentes foram difamados e "mortos". Após conseguir sobreviver a tentativa de assassinato, em um momento de desesperança ela acaba sendo resgatada por Jiang Li, uma jovem que também foi vítima de uma acusação falsa e agora vive confinada em um convento nas montanhas. Jiang Li a aconselha a viver para se vingar e restaurar seu nome. Porém por infortúnios do acaso, Jiang Li acaba sendo morta no convento e Xua Fang Fei assume a identidade dela para buscar vingança por si e por Jiang Li.

Durante os quarenta episódios do drama não senti em nenhum momento que a história perde o fôlego, nada parece embromação para preencher vazios, todos os subenredos têm um proposito para o enredo principal. A protagonista é forte, não no sentido físico e capaz com armas, mas mentalmente forte, com uma inteligência estratégica e muita eloquência e persuasão e graças a isso ela consegue alcançar seus propósitos e vê seus inimigos caírem um a um. Obviamente ela também conta com a ajuda preciosa do Duke Su, porém ela não é uma mocinha a ser resgata, mas uma parceira importante para o Duke e para o Imperador em seus assuntos políticos. Além disso, a química deles enquanto casal também é ótima. Um belo casal.

Quanto aos vilões, a princesa primogênita é uma criatura insana e desprezível, mas confesso que fiquei com pena dela na história do chá que simulava gravidez. Ela realmente teve uma experiência horrível enquanto "refém" nas Planícies Centrais e depois disso passei a simpatizar um pouco com ela. Na cena que ela vai confrontar a Xue Fang Fei e diz: "Você sabe o que é perder um filho? Como é doloroso ter suas esperanças destruídas?" e ao que a Fang Fei responde: "Não sei, mas sei como é ser enterrada viva por alguém que amava e confiava". E a princesa diz: "Xue Fang Fei, as vezes gosto muito de você. Se não fosse pelo Shen Yu Rong, poderíamos ter sido amigas". Absolute Cinema! Apesar da princesa ser desprezível, como a Xue Fang Fei pontua logo em seguida, as duas têm realmente muito em comum. Ambas estão "jogando xadrez" para vingar o trauma e a injustiça que cada uma viveu. Obviamente Xue Fang Fei só é cruel com quem merece e a princesa fez coisas horríveis com pessoas inocentes, mas compreendo o que ela diz quando as duas poderiam ser amigas. E é justamente pela Xue Fang Fei ser cruel quando necessário que torna ela uma protagonista interessante. Com ela não tem essa de poupar os inimigos.

E de todos os vilões o mais desprezível é mesmo o tal do erudito Shen Yu Rong. Ele fica o tempo tentando justificar as ações cruéis dele como resultado de manipulação da princesa primogênita, mas no fundo é tudo ambição dele mesmo. Ele só usou a princesa para justificar a natureza cruel das ações dele como fica bastante claro no final com o que ele faz com ela e como ele tenta reaver a Xue Fang Fei de volta.

Sobre os minutos finais do drama. O que as roteiristas queriam? Um vale de lágrimas? Não podia ter terminado ali com a cena do casamento? Para que esse final ambíguo? Minha única ressalva com relação ao drama são os minutos finais do último episódio. Não sei se foi sonho, se foi real, ou o desejo de ambos depois do final trágico. Apesar do final ambíguo achei o drama épico! Não consegui expressar aqui o porquê de ser tão bom, mas eu realmente recomendo!