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Apaixonada por BL

Apaixonada por BL

Friend Zone 2: Dangerous Area thai drama review
Completed
Friend Zone 2: Dangerous Area
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by Apaixonada por BL
Oct 22, 2023
16 of 16 episodes seen
Completed
Overall 9.5
Story 9.5
Acting/Cast 10.0
Music 10.0
Rewatch Value 10.0
This review may contain spoilers

A raiva da primeira temporada só aliviou

E finalmente, depois de dois longos anos, em 2020 chegou a segunda temporada, trazendo o mesmo núcleo principal e um núcleo secundário quase todo renovado, dramas mais adultos, personagens amadurecidos (ou não), e situações novas, que fizeram nossos heróis concluírem a série com suas personalidades moldadas e conflitos resolvidos (pelo menos a maioria deles). O roteriro é muito bom, parte de uma premissa que insere vários flash backs do passado que nos fazem ver o início da amizade, e ajudam na construção do sentido da inserção de alguns personagens novos.
Todas as burrices da primeira temporada foram resolvidas? Não. Alguns personagens até pioraram, mas as pontas não ficam soltas, tudo é explicado, por mais que não gostemos da explicação.

A atuação continua impecável, os aspectos técnicos também, inclusive, a música tema foi mantida e adaptada para uma batida mais rápida, gostei muito pois ela combina muito com a série.

Comecemos com as meninas: Boyo e Bew, Boom e Music, Am e Cris.
Boyo mais uma vez roubou o protagonismo. Todo o crescimento pessoal que vimos na primeira temporada também repercutiu no lado profissional. Boyo precisou lidar com as maiores cobras da série: Bew e Music. Também ficou o tempo todo navegando entre pretendentes que não a respeitaram como mulher, e soube colocá-los em seu devido lugar. Mesmo amando Good, não aceitou seu comportamento, não cedeu às investidas de seu ex, Safe, e quando descobriu o péssimo caráter de Locker, soube dar um belo pé na bunda dele. A mulher decidida e forte, não aceitou ser rebaixada em nenhum dos aspectos da sua vida, e foi gigante ao preferir terminar sozinha do que pôr em risco sua amizade com Good. Já Bew, claramente tem problemas psicológicos ligados à alto estima, além de ter traços narcisistas e manipuladores, o tipo de pessoa que vc entra no fogo pra defender pois ela não dá indícios de seu mau caráter. Apesar de toda a raiva que ela proporcionou, a personagem dela foi uma das responsáveis pelo amadurecimento da história, trazendo os problemas dela à tona, que culminaram na tentativa de suicídio. Foi bom vê-la se esforçar tanto para mudar, entender o que era preciso para poder ficar bem um dia, que bom que foi perdoada e pôde seguir em frente.

Boom mais uma vez foi uma surpresa negativa, a palavra empoderamento definitivamente não existe no dicionário dela, não teve nenhuma evolução pessoal, aliás, a dependência emocional só piorou, além disso, largou sua própria vida profissional pra viver em função de um homem que claramente não a respeitava de nenhuma forma. Seria ótimo se ela tivesse ficado com Tod, seria mais feliz com um homem bom e Tor sofreria com o golpe, talvez melhorasse como ser humano.

Music, desde o início deu indícios de ser uma mulher que não tinha o menor desejo em se valorizar. Apesar de ter consciência de sua beleza e sensualidade, ela preferia usar isso para prejudicar a si mesma, e não falo isso no quesito de seduzir e transar quando quisesse, mas por escolher pessoas ou comprometidas ou que não a respeitavam. Gostei da conexão dela e Good, uma amizade sincera, e também gostei de ver ela se valorizando mais no fim de tudo.

Am pra mim, foi a maior surpresa entre as garotas. Não foram mostrados com ênfase os problemas familiares da primeira temporada (só o preconceito da mãe), mas ao conhecer Cris ela levantou duas discussões importantes: a bipolaridade e a assexualidade. Tive curiosidade no início sobre o bebê, e só quase no fim é que a mãe cita que ela o perdeu. Sobre a assexualidade, fiquei imaginando como era doloroso para ela se relacionar com Bern, numa cultura que prega a superioridade masculina... além disso, até hj esse assunto ainda não é muito comentado, portanto foi muito importante trazer essa discussão. Sobre Cris ser bipolar, foi muito maravilhoso que esse assunto tenha sido levantado, os transtornos mentais crescem a cada dia, é necessário espaço para que as pessoas conheçam e possam buscar informações sobre. E eu não poderia deixar de citar o fato de ter um casal lésbico numa série em 2020. Pra mim, brasileira, isso pode parecer normal... mas a Tailândia lançou sua primeira série GL em 2023, então foi corajoso falar sobre isso em 2020, em meio à tantas complicações do casal.

Vamos aos meninos, Safe, Good e Locker, Tor e Tod, Stud e Ta, e nosso casal Dr. Sam , Earth e Pop.

Safe: Veio com uma nova roupagem... o garanhão sem escrúpulos da primeira temporada virou uma marionete nas mãos de Bew, e percebeu que amava Boyo. Me afeiçoei ao personagem, senti empatia. Ele não sabia dos sentimentos de Bew, e mesmo assim a perdoou depois dos erros, foi a pessoa que mais se preocupou com ela após a tentativa de suicídio, independente de tudo, ele foi um grande amigo.

Good: Outra grata surpresa. Fiquei triste pois ele desde o início demonstrou amar muito Boyo, nem achei que o desentendimento entre eles foi motivo suficiente pra que eles não voltassem. Quanto Music, ele nunca a usou, nunca a enganou, e ainda demonstrou ser um grande amigo. Queria ela e Boyo juntos, não rolou, mas pelo menos foram maduros para manter a amizade.

Locker: Não sei como defini-lo sem ferir os direitos humanos, um grande bosta, narcisista!!! Como Boyo disse, uma criança mimada querendo atenção e sem querer dividir seus brinquedos, usando seu dinheiro para tentar ser superior a todos. Amei o que Blue fez com ele, e o que as garotas fizeram também.

Tor: Continuou um babaca, tóxico, infantil e ridículo. Para mim, as atitudes dele para com Boom foram abomináveis desde a primeira temporada, mas nessa se intensificaram pq o sucesso subiu à cabeça. Não achei justo que ele tenha terminado com Boom, que ela tenha aceitado a suposta mudança, que inclusive aconteceu sem nenhuma construção, foi da noite para o dia.
Tod por sua vez era um ser humano incrível... achei super corajoso ele assumir seus sentimentos para Boyo, e ser íntegro o suficiente para deixá-la com o irmão, e ajudar o irmão a criar juízo.

Stud: Pelo menos eu entendi que toda a maldade, o desapego pelos sentimentos dos outros, as tentativas de destruir o relacionamento de Earth, eram na verdade pq ele o amava, de um jeito tóxico e doentio, mas amava. Sobre Ta, achei que ele foi mais paciente do que deveria, perdoando alguém que foi um idiota com ele, mas que bom que no final ele mudou Stud e eles ficaram bem.

Dr Sam: acho que o que ele fez com Earth deveria realmente retornar para ele, até pq, na primeira temporada, ele parecia não se dar conta da gravidade do que fez, além de que foi Earth que pediu pra voltar. Ele continuou o mesmo sem noção, imagine querer que seu namorado more no lugar dos sonhos planejado pelo seu ex? ele não tem nenhum amigo pra avisar? Fiquei com uma certa peninha quando vi ele propondo relacionamento aberto, conversando com Stud, ficou claro que ele realmente amava Earth, mas quando só um ama o relacionamento não é feliz.

Tod: sem comentários... um saco de merda vale mais que ele.

Earth: não consigo perdoar ele ter voltado para Sam depois de ter sido traído, mas consigo passar pano para a traição dele. Como o próprio Sam falou, até então ele havia sido o único homem na vida de Earth depois que ele se descobriu gay, Earth não experimentou o mundo, foi direto pra uma vida de "casado", era natural que em algum momento ele sentisse necessidade de liberdade, e talvez a traição que ele sofreu tenha sido o gatilho. Ele foi muito mais honesto que Sam, pois assumiu seu erro sem ser pressionado, e foi gigante ao preferir terminar sozinho, mesmo sabendo que Sam o amava, já que ele não sentia mais o mesmo por ele.

Apesar das raivas, é muito boa essa série, as atuações são ótimas. Eles transmitem emoções de forma muito intensa, existem situações que pra mim são surreais de vivenciar na vida real, mas mesmo assim eu achei interessante. Alguns personagens se redimiram, outros não, mas eles mostraram personalidades reais, que a vida nem sempre é um conto de fadas, e muitas vezes não sairá tudo conforme planejamos. Recomendo muito, as duas temporadas

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