Inteligente, amável, gentil... Esse era o Hoshikawa. E ele merece ser apreciado. A medida que os pontos de vista são apresentados, somos imersos em reviravoltas cada vez mais esclarecedoras, trazendo a tona sentimentos que no início do filme, nem imaginaríamos sentir. Lá no ponto de vista da mãe do Minato, temos um Hoshikawa enigmático, com atitudes incompreendidas e com marcas no corpo. Que marcas são essas? Quem as fez? Bom, para o professor, temos um Hoshikawa que está sofrendo violência escolar e tudo nesse ponto parece ser claro como o dia. Mas não é. Está bem longe de ser. No ponto de vista do Minato, Hoshikawa é adorável, indefeso, despertando nele a vontade de cuidar, porém o medo de ser discriminado por isso ainda paira sobre ele. Sentimentos são desenvolvidos e ali podemos ver tudo que estava oculto no início e meio do filme. Tudo agora é tão visível que chega a ser doloroso. Perceber que o Hoshikawa sofre em casa causa uma imensa tristeza. É sufocante perceber que ele não revidava as intimidações na escola pois se sentia merecedor daquilo. E ele não merecia. Mas se deixava agredir. Sorria. Justificava com o olhar as atitudes das outras crianças. Hoshikawa era tão frágil, tinha o desejo de renascer pois acreditava que de fato havia algo errado com ele. "Nós renascemos?" Não. Você não precisa. Nunca houve nada de errado com você.