This review may contain spoilers
Monstros são criados ou nascidos?
White Christmas é um drama surpreendente. Caso esteja buscando por um drama que foge do romance, discute temas mais filosóficos, obscuros e complexos e que se desenvolve de maneira inesperada, talvez ele seja um ótima escolha para você.
O início do dorama é lento, arrastado, mas eu gosto da ambientação inicial, que é um pouco estranha e parece deslocada de alguma forma do tom geral do drama. No entanto, eu acredito que esse começo irregular faz sentido para o encaminhamento seguinte dos episódios. Os personagens aos poucos vão demonstrando cada vez mais complexidade, alguns se mostrando cada vez mais importantes na história e outros que parecem se perder em meio ao desenrolar dos acontecimentos.
Particularmente, eu não gosto das personagens femininas dessa história, pois além de poucas, são muito quadradas e tem pouco serventia na trama, fazendo parecer que elas são apenas plataformas para os personagens masculinos serem desenvolvidos e brilharem. Mas essa é apenas uma observação pessoal minha.
Eu gosto do tom mais sombrio, poético e certas vezes apático da trama. Há uma certa crudez em certos temas e esse tom mais cru adiciona uma camada de complexidade ao drama como um todo. A fotografia, a direção, os ângulos das câmeras e a manipulação de acontecimentos são muito imersivos e te conduzem para caminhos diferentes e te fazem pensar em muitas possibilidades ao mesmo tempo.
O que mais se destacou para mim no drama com certeza foi a trilha sonora. As músicas foram muito bem escolhidas e encaixadas, trazendo clássicos do rock, metal e da música clássica. O fator musical no drama é muito forte, principalmente nos episódios finais. Cada personagem tem uma espécie de música tema que te ajuda associar rapidamente eles. As músicas no geral são muito boas.
Eu gosto do tom melancólico e obscuro da obra e acabou me conquistando bem mais que a maioria dos doramas que já assisti anteriormente, provavelmente porque o fator romance é pouco explorado nessa obra e quando é explorado é feito de uma maneira bem diferente do comum, pelo menos em minha interpretação.
White Christmas trabalha com temas filosóficos e um pouco mais abstratos, além de debater alguns tabus e assuntos que circundam a sociedade coreana de uma maneira profunda.
Ainda sim, tenho minhas ressalvas, afinal existem alguns furos cruéis no roteiro, mortes mal explicadas e com pouca coerência. Alguns personagens que, sinceramente, não fariam falta na história no final de tudo e que foram mal desenvolvidos ao decorrer da trama, além de um final um pouco confuso e apressado.
Entretudo, apesar de suas falhas, White Christmas sucede muito bem no que se propõe. E eu com certeza recomendaria que dessem uma chance para essa obra. Eu não assistiria de novo porque eu acredito que White Christmas é um drama para se assistir apenas uma vez, porque não tem muita graça depois que você assiste o final e as peças do quebra-cabeça são montadas.
Agora, o que eu posso concluir após assistir todo o drama e me deparar com a pergunta: "Monstros são criados ou nascidos?". Em minha interpretação, a obra responde com um simples: todos somos monstros. Mas isso não necessariamente é ruim. Dificilmente no final da obra você vai dizer que aquele grupo de estudantes é ruim por ter feito aquilo com o serial killer. Nós somos monstros dependendo da situação, do ponto de vista e da moral que estão sendo usados como parâmetro. Há um monstro em todos nós e que pode ser despertado quando somos colocados diante de situações extremas. Dependendo da situação, precisamos ser cruéis, primitivos, seguir apenas os instintos, quase como se nos tornassemos uma besta, mas isso realmente nos torna monstros?
Ao decorrer do drama, cada personagem vai se tornando um monstro único e que dependendo do ponto de vista bem podem ser considerados maus ou bons. Essa monstruosidade é inerente ao ser humano, corresponde aos nossos instintos mais primitivos que foram uma vez mascarados pela evolução.
No final a pergunta mesmo deveria ser: o que é ser um monstro? É matar pessoas por prazer? É tomar atitudes egoístas para sobreviver? É ter pouca empatia e sentimentos? É virar as costas e negar a conivência para com um suicídio? Eu acho que o drama responde essas perguntas com clareza e promove uma cerra reflexão acerca do tema. Por esse e outros motivos, apesar de alguns tropeços no roteiro e escolhas duvidosas, o drama vale a pena demais de assistir e não me arrependo.
O início do dorama é lento, arrastado, mas eu gosto da ambientação inicial, que é um pouco estranha e parece deslocada de alguma forma do tom geral do drama. No entanto, eu acredito que esse começo irregular faz sentido para o encaminhamento seguinte dos episódios. Os personagens aos poucos vão demonstrando cada vez mais complexidade, alguns se mostrando cada vez mais importantes na história e outros que parecem se perder em meio ao desenrolar dos acontecimentos.
Particularmente, eu não gosto das personagens femininas dessa história, pois além de poucas, são muito quadradas e tem pouco serventia na trama, fazendo parecer que elas são apenas plataformas para os personagens masculinos serem desenvolvidos e brilharem. Mas essa é apenas uma observação pessoal minha.
Eu gosto do tom mais sombrio, poético e certas vezes apático da trama. Há uma certa crudez em certos temas e esse tom mais cru adiciona uma camada de complexidade ao drama como um todo. A fotografia, a direção, os ângulos das câmeras e a manipulação de acontecimentos são muito imersivos e te conduzem para caminhos diferentes e te fazem pensar em muitas possibilidades ao mesmo tempo.
O que mais se destacou para mim no drama com certeza foi a trilha sonora. As músicas foram muito bem escolhidas e encaixadas, trazendo clássicos do rock, metal e da música clássica. O fator musical no drama é muito forte, principalmente nos episódios finais. Cada personagem tem uma espécie de música tema que te ajuda associar rapidamente eles. As músicas no geral são muito boas.
Eu gosto do tom melancólico e obscuro da obra e acabou me conquistando bem mais que a maioria dos doramas que já assisti anteriormente, provavelmente porque o fator romance é pouco explorado nessa obra e quando é explorado é feito de uma maneira bem diferente do comum, pelo menos em minha interpretação.
White Christmas trabalha com temas filosóficos e um pouco mais abstratos, além de debater alguns tabus e assuntos que circundam a sociedade coreana de uma maneira profunda.
Ainda sim, tenho minhas ressalvas, afinal existem alguns furos cruéis no roteiro, mortes mal explicadas e com pouca coerência. Alguns personagens que, sinceramente, não fariam falta na história no final de tudo e que foram mal desenvolvidos ao decorrer da trama, além de um final um pouco confuso e apressado.
Entretudo, apesar de suas falhas, White Christmas sucede muito bem no que se propõe. E eu com certeza recomendaria que dessem uma chance para essa obra. Eu não assistiria de novo porque eu acredito que White Christmas é um drama para se assistir apenas uma vez, porque não tem muita graça depois que você assiste o final e as peças do quebra-cabeça são montadas.
Agora, o que eu posso concluir após assistir todo o drama e me deparar com a pergunta: "Monstros são criados ou nascidos?". Em minha interpretação, a obra responde com um simples: todos somos monstros. Mas isso não necessariamente é ruim. Dificilmente no final da obra você vai dizer que aquele grupo de estudantes é ruim por ter feito aquilo com o serial killer. Nós somos monstros dependendo da situação, do ponto de vista e da moral que estão sendo usados como parâmetro. Há um monstro em todos nós e que pode ser despertado quando somos colocados diante de situações extremas. Dependendo da situação, precisamos ser cruéis, primitivos, seguir apenas os instintos, quase como se nos tornassemos uma besta, mas isso realmente nos torna monstros?
Ao decorrer do drama, cada personagem vai se tornando um monstro único e que dependendo do ponto de vista bem podem ser considerados maus ou bons. Essa monstruosidade é inerente ao ser humano, corresponde aos nossos instintos mais primitivos que foram uma vez mascarados pela evolução.
No final a pergunta mesmo deveria ser: o que é ser um monstro? É matar pessoas por prazer? É tomar atitudes egoístas para sobreviver? É ter pouca empatia e sentimentos? É virar as costas e negar a conivência para com um suicídio? Eu acho que o drama responde essas perguntas com clareza e promove uma cerra reflexão acerca do tema. Por esse e outros motivos, apesar de alguns tropeços no roteiro e escolhas duvidosas, o drama vale a pena demais de assistir e não me arrependo.
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